quarta-feira, 13 de maio de 2009

O gênio da vez


O superdotado americano de13 anos já terminou a faculdade,criou uma fundação internacionale foi indicado para o Nobel da Paz.
Eis um gênio sem problemas de adaptação ao mundo que o rodeia. O americano Greg Smith, de apenas 13 anos, vai receber no próximo mês o diploma de graduação em matemática no Randolph-Macon College, uma instituição de ensino superior perto de Washington. "Agora quero ir para Oxford, fazer meu primeiro Ph.D. e jogar no time de futebol americano", disse o ainda imberbe Greg. Os sinais de sua inteligência fora do comum começaram muito cedo. Com 1 ano e 2 meses, ele resolvia problemas de álgebra, memorizava e recitava livros. Aos 2 anos, corrigia os adultos que cometiam erros gramaticais. Três anos depois, no jardim-de-infância, lia Júlio Verne e tentava ensinar os princípios da botânica aos coleguinhas. Filho de graduados na Universidade de Maryland, Greg modificou a vida dos pais. Eles se mudaram para a Flórida com o objetivo de colocar o menino numa das melhores escolas para crianças especiais. A mãe, Janet, abandonou a carreira de instrutora de dança para acompanhar o filho.
O espetacular desempenho escolar de Greg surpreende mesmo quando ele é comparado a outros pequenos prodígios. Michael Kearney, um americano hoje com 18 anos, terminou a faculdade de antropologia aos 10. No entanto, Michael não mostrou a mesma genialidade de Greg no quesito atrair a atenção da imprensa. Muito bem agenciado pelos pais, Greg chega a faturar 10.000 dólares por palestra e é uma celebridade desde os 5 anos. Quando terminou o ensino fundamental e o médio em apenas cinco anos – em vez dos treze esperados de uma criança comum –, virou estrela de programas populares nos Estados Unidos, como o de David Letterman e o de Oprah Winfrey. Fundou uma instituição filantrópica para defesa de jovens e crianças que vivem em condições precárias. Já discutiu o futuro da juventude com Mikhail Gorbachev, Bill Clinton e com a rainha Noor, da Jordânia. Sua preocupação com as crianças pobres repercutiu tanto que Greg chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 2002. Não ganhou, mas está concorrendo mais uma vez em 2003. "Em quarenta anos de estudo, não vi um caso como o dele", disse a VEJA Linda Silverman, diretora do Centro de Desenvolvimento de Superdotados de Denver, no Estado americano do Colorado.
A ciência ainda não encontrou uma fórmula para medir com precisão quem é superdotado e quem é gênio. Pelos testes de quociente de inteligência, considerados ultrapassados pelos especialistas, um superdotado teria Q.I. entre 140 e 160. Um gênio pontuaria entre 160 e 180. Hoje, a definição mais comum para classificar superdotados é a de que são pessoas inteligentíssimas que conseguem desenvolver habilidades acima da média em várias áreas. Constituem 1% ou 2% da população mundial. Os gênios, estes sim, são raríssimos. Casos como o de Greg representam apenas 0,1% da população mundial. "Os gênios são aqueles superdotados que, além de demonstrar precocidade, provocam perplexidade, pois são capazes de criar algo revolucionário e transformador, como foi a teoria da relatividade, de Albert Einstein", diz o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo.
Os estudiosos acreditam que a genética contribua com 50% do desempenho cerebral e os estímulos externos, com os outros 50%. Há uma série de genes envolvidos na produção do que conhecemos como inteligência e que ainda não são conhecidos dos cientistas. Os seres humanos, inclusive os superdotados, possuem cerca de 100 bilhões de neurônios. A diferença entre uma pessoa comum e outra superdotada estaria não no número de neurônios, mas na quantidade e na complexidade das conexões cerebrais. O estudo da explosão precoce da inteligência avançou muito. Hoje se sabe que talentos musicais e matemáticos tendem a desabrochar mais cedo. A habilidade matemática de altíssimo desempenho carrega em si outro mistério. Ela exige do cérebro, além de enorme dose de racionalidade, um poder de processamento bruto que tende a se esgotar com a idade. Por essa razão, todas as grandes descobertas matemáticas foram feitas por gênios antes de eles completarem 30 anos.
( Veja On-line, 30 de abril de 2003)


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