domingo, 8 de abril de 2012

Identificação é falha também em escolas particulares


SÃO PAULO - Encontrar uma escola preparada para atender superdotados não é tarefa fácil, mesmo entre os colégios particulares. A carioca Anunciata Sawada conta que uma escola particular tradicional do Rio não quis aceitar o filho, Kei, que hoje tem 17 anos. A matrícula só seria feita se a mãe prometesse que o jovem se "enquadraria à escola".
- Esses jovens são muito questionadores. Às vezes, têm mais conteúdo que os professores. A escola achou que ele poderia não querer fazer exercícios e provas ou que seria um desagregador. Ela teve medo de ter que lidar com a situação.
Anunciata afirmou que a recusa lhe causou surpresa:
- Eu não esperava que uma situação dessa fosse acontecer, até porque acho que uma criança assim pode trazer bons resultados para a escola.
Segundo a presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação, Cristina Delou, se as escolas não estimularem adequadamente os alunos, o potencial delas pode ser desperdiçado.
- A criança fica entediada pela rotina, deprimida, e há um desperdício do talento. Há casos em que professores impedem que o aluno faça perguntas e em que a criança brilhante começa a ficar sem interesse, não quer se destacar - alerta.
Mãe de dois superdotados que estudam em uma escola particular em São Paulo, Florangel Marquez optou por colocar os filhos Gabriel, de 9 anos e Camila, de 8, para fazer atividades extras:
- Eles não achavam as atividades da escola interessantes. Elas não ofereciam desafio. Foi a forma que achei de suprir as necessidades que tinham. Eles já fizeram aula de robótica, ciências e teatro e, agora, estão fazendo aula de música.

Nenhum comentário: