Gilberto nasceu numa família da zona rural do Paraná e mudou-se para o interior de Mato Grosso com apenas 2 anos. Na região, o ensino é precário e apenas 5% dos alunos sabem o conteúdo adequado de matemática na idade certa. Com 4 anos, o talento matemático de Gilberto já era evidente. Ele se destacava por fazer todas as contas de cabeça e era um aluno aplicado. Até a 8a série, vencia 6 quilômetros diários de bicicleta para ir à escola, onde não havia computador nem biblioteca. Gilberto acabou desistindo de estudar, em parte porque seus pais preferiam que ele ajudasse no sítio da família. Com 18 anos, resolveu voltar ao ensino médio e cursou supletivo. Cinco anos depois, entrou em primeiro lugar no vestibular de Engenharia na Unicamp e na USP. Preferiu se matricular no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que oferecia alojamento e salário. Hoje, é um dos melhores alunos do ITA e sonha em ser empresário. Graças a suas qualidades, Gilberto também conquistou uma bolsa de estudos concedida pela Fundação Estudar, que se dedica a identificar alunos superdotados e dar oportunidades para que eles desenvolvam seu potencial.Revista Época, No. 553, 22 de dezembro.
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