domingo, 22 de maio de 2011

Angolanos sugerem incentivos para pessoas com QI elevado

22-05-2011
Rádio N´gola Yeto


Várias constatações tem demonstrado que há no país angolanos com o quoeficiente de inteligência acima da média. Alguns são mesmo verdadeiros génios. A reportagem do Jornal de Sábado da Radiodifusão Nacional de Angola, fez o registo dos dados.



No Kwanza-Norte o nível do quoeficiente de inteligência dos actores do processo de ensino-aprendizagem varia entre o baixo, o normal e o acima da média.

Machado Kilassa director adjunto para os serviços Académicos do Instituto Superior Politécnico do Kwanza-Norte constata muitas fragilidades na assimilação de conhecimentos ligados aos cursos práticos.

“Nota-se um determinado desleixo ou preguiça por parte dos estudantes sobretudo nas cadeiras práticas e naturais, geografia, física e outras ciências”.

Para Machado Kilassa nem mesmo a introdução do sistema de avaliação contínua no quadro da reforma educativa tem sido benéfica para alguns estudantes do ensino médio.

“O professor pode até ensinar um determinado conteúdo, depois de dois minutos se fizer uma pergunta inerente aos mesmos, o estudante não consegue responder”.

A estudante Manuela Isaack aponta alguns traços que podem influenciar negativamente no bom desempenho dos discentes.

“Depende muito de como o aluno chega às aulas, de como o aluno presta atenção às aulas, e noto também que depende muito do professor!”.

O professor de Metodologia de Investigação Científica da escola Superior Pedagógica do Kwanza-Norte Abreu Miguel formado em psicologia considera haver um potencial considerável no seio dos estudantes, mas, factores de ordem técnica, metodológica e do fórum psicológico impedem a sua exploração.

“A partir da própria motivação que o estudante traz de casa. A motivação que encontra na escola que é ou podia ser cedida pelo próprio professor. A partir da puberdade, a idade mental e a idade cronológica não crescem de forma paralela, isso tem muito a ver com os meios que são disponibilizados para estes jovens. O nível do quoeficiente intelectual dos estudantes do Kwanza-Norte, é bom”.

O psicólogo Abreu Miguel tem como referência de inteligência, o grupo de estudantes do Kwanza-Norte que através do ensino à distância concluiram a licenciatura com resultados acima da média no centro universitário da província do Uíge.

“Nas classificações, a maior parte deste grupo, eram sempre dispensados, nunca chegavam a fazer as provas finais.Tanto mais que muitos estudantes foram voluntários e não assistiam as aulas”.

Opinião convergente tem José Jerónimo presidente da liga dos estudantes da escola Superior Pedagógica do Kwanza-Norte.

“Os resultados são positivos a maior parte dos estudantes têm-se dado muito bem. E de modo concreto na nossa escola, têm-se verificado um número elevado de estudantes que tem resultados muito acima da média”.

O psicólogo defende a criação de mecanismos que garantam um melhor aproveitamento dos estudantes dotados de um quoeficiente de inteligência elevado, já que no seu entender, estes revelam grande utilidade para os desafios do desenvolvimento do nosso país.

“O superdotado tem que obter a oportunidade de aprender na sua área própria para poder despoletar o seu potencial. Se de maneira fácil através dos psicólogos, sociólogos e outros quadros capazes de despertar esta faceta, poder haver incentivos de se descobrir esses superdotados, essas pessoas serão extremamente úteis para a província em particular, e para o país em geral”.

Francisco Miguel 26 anos de idade, professor de matemática das 7ª e oitavas classes, é já considerado um exemplo de capacidade intelectual e criativa fora do normal. Para além de ser professor, é um jovem que se revela pelo seu génio inventor em matérias de computador e montagem de sistemas de parabólicas.

“Nas parabólicas não entrei em nenhum curso mas comecei a descobrir as coisas. Eu consigo fazer sistemas comunitários, isto é, termos a imagem num determinado sítio a partir de um simples descodificador que se tenha em casa e uma antena, este sistema comunitário já o fiz no município da Banga pela primeira vez. No que toca ao computador, descobri como instalar um sistema operativo numa época em que era difícil, descobri como achar as drives, descobri como eu posso tirar o processador, de que marca é o processador, como posso desmontar a placa mãe e voltar a montar, hoje me considero como um técnico de hardware e software sem ter passado por uma escola”., enfatizou o jovem professor de matemática.

No Cunene a sociedade defende um melhor acompanhamento aos cidadãos super dotados de inteligência para prestarem o seu contributo no desenvolvimento do nosso país.É unânime a opinião de que em Angola há mesmo génios.

Cidadãos no Cunene, entedem que particularmente as escolas em todos os níveis de ensino, os alunos com elevado quoeficiente de inteligência devem ser avaliados constantemente e promovidos com bolsas de estudo e outros estímulos. O primeiro depoimento sobre o encaminhamento que deve ser dado aos superdotados refere:

“Devemos dar o maior apoio possível como professores, como dirigentes, isto é, dar-lhes encorajamento, estímulo se for preciso o sistema promocional, promover aqueles que se manifestam com melhor índice de conhecimento. Se pudessem ter apoio, muito melhor seria porque é assim se formam os chamados cientistas”. O segundo realça o papel de um elemento, em um milhão:

“Uma escola que tenha 4000 alunos e um aluno aparece no quadro de honra como o melhor, este deve ser gratificado. É-lhe dada uma bolsa. Se dermos conta, a maior parte dessas pessoas são pessoas que não tem capacidade financeira, então se os ajudarmos, ele segue o seu sonho e amanhã se torna numa grande quadro”.

Os entrevistados no Cunene destacam também a responsabilidade dos pais na promoção de um ensino de qualidade para os seus filhos superdotados de inteligência e apontam as limitações económico-financeiras de muitos encarregados de educação como principal obstáculo.

“O nosso caso aqui infelizmente dada a economia, dada a falta de técnicos, dada a falta de outros formadores capazes de melhorar de melhorar o índice de sabedoria, não vejo muito a possibilidade de eles poderem ajudar e velar o seus filhos”, disse o terceiro depoimento registado na província do Cunene.

“Arranjar os melhores cursos para eles numa boa escola e assim garantirem uma boa conduta para esses mesmos jovens que têm uma capacidade de inteligência superior. Assim eles poderiam estar a contribuir para o desenvolvimento do país uma vez que esta pessoa for formada numa das melhores escolas do país com os conhecimentos que essa mesma pessoa tem, eu creio que ela poderá dar êxitos para a província ou para o país”, concluiu o último entrevistado na província do Cunene cujo ponto de vista expressa o acompanhamento que poderia ser dado às pessoas com inteligência que se fixa acima da média.

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